Diferentemente de A Montanha Mágica, a leitura de A Consciência de Zeno foi muito mais leve e divertida, mesmo os temas não sendo leves. Isso se deve ao narrador-personagem, que longe de ser um modelo, é adorável em sua odiosidade. Zeno é burguês, pouco trabalhou em sua vida (numa ocupação obscura nos “negócios da família”), casou-se querendo outra e a traiu diversas vezes. Até aí, esse é o perfil base do homem da época (começo do século XX). Mas é a honestidade machadiana com que lemos os relatos da vida dele que faz com que a leitura seja divertida.
Umas das melhores cenas do livro se passa no capítulo sobre seu casamento, quando Zeno vai visitar a casa de seu “padrinho” da Bolsa e há a conversa dele com as mulheres da casa. A esposa, a filha mais velha (que ele julga feia), a segunda filha (que ele julga bonita, mas esnobe), a terceira (bonita, mas ainda uma colegial) e a caçula (que o detesta claramente). E ele, se esforçando para ser um bom partido, diz as coisas mais absurdas, sendo inclusive corrigido numa frase em Latim pela colegial, depois de dizer que o Latim não era língua para mulheres.
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Umas das melhores cenas do livro se passa no capítulo sobre seu casamento, quando Zeno vai visitar a casa de seu “padrinho” da Bolsa e há a conversa dele com as mulheres da casa. A esposa, a filha mais velha (que ele julga feia), a segunda filha (que ele julga bonita, mas esnobe), a terceira (bonita, mas ainda uma colegial) e a caçula (que o detesta claramente). E ele, se esforçando para ser um bom partido, diz as coisas mais absurdas, sendo inclusive corrigido numa frase em Latim pela colegial, depois de dizer que o Latim não era língua para mulheres.
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