Li as mil e poucas páginas em três semanas, e talvez isso tenha prejudicado a minha leitura porque eu passei por capítulos inteiros batido. Presumo que a experiência do tempo de leitura do livro seja importante, mas eu não tenho esse tempo (mesmo nas férias) porque preciso ainda ler mais outros dois e reler um terceiro para a matério que pretendo pedir requerimento. Então a minha experiência real com o tempo de leitura já não bate com o propósito do livro, cujo um de seus temas é justamente o tempo. Outro aspecto fundamental que me impediu de sentir proximidade com as reflexões acerca do tempo é que eu sou filha da pós-modernidade e Hans Carstop está num sanatório nas montanhas numa época pré-guerra. Nós sentimos o tempo de modo muito diferente dele, e até de seus contemporâneos “da planície”. Então o meu tédio com a história se manifestou logo nos primeiros capítulos, junto com um desprezo por essa burguesia que passa temporadas em reclusão num “hotel” luxuoso alheia a tudo. Esse seria o ponto importante pra mim porque é uma forma de crítica, mas é extremamente chato de ler.
Não tem o humor que ouvi dizer que tinha e tem os personagens mais chatos que eu já li. Eu sei que é proposital mostrar como um intelectual discorda de outro por discordar e como seu próprio discurso é cheio de incoerências, mas metade dos capítulos do livro é sobre essas discussões. Cança.
Outro grande tema do livro é a morte. Mas ela parece em segundo plano se você for comparar com as reflexões sobre o tempo. Ela entra como um assunto inevitável já que se trata de um sanatório. Mas dentro desse tema há grandes momentos, como o capítulo em que os internos fazem uma sessão de ocultismo. Mas há outros momentos em que deveria haver um refleção do protagonista (já que ele fica refletindo sobre um monte de coisa o tempo todo). Posso estar enganada, mas quando dizem que este livro é uma bomba de conhecimento, é mais porque o protagonista está refletindo sobre (entre outras coisas) botânica e os intelectuais chatos estão discutindo o tempo todo.
Há também um interesse amoroso que começa de uma forma confusa e lá no meio tem seu clímax num diálogo extenso em francês, sem tradução. Frustrante. E confesso que esse subplot foi o que conseguiu prender a atenção na minha leitura; eu que não gosto muito de história amorosas... O desfecho desse subplot me agradou, apesar de (como já esperado) a reflexão de Hans acerca de como a mulher sente o amor ser desprezível. Aliás, o desfecho da história de alguns (poucos) personagens são satisfatórias, um em especial chega até a ser surpreendente. E o ultimo capítulo me agradou muitíssimo, ele valeu todo o sofrimento da leitura (ou quase). Por todo o livro me pareceu que o teor crítico é mais como eu leio do que algo que o narrador mostra ou algo que eu encontrei no texto; mas nesse ultimo capítulo dá pra sentir o teor crítico vindo do narrador (aparentemente o autor estava em outro momento quando escreveu o final do livro).
Em suma, foi frustrante, mas o livro é importante. Ainda quero ler Morte em Veneza (vi o filme ano passado e gostei bastante). Talvez eu mude minha opinião quando/se eu tiver a aula sobre ele.
Não tem o humor que ouvi dizer que tinha e tem os personagens mais chatos que eu já li. Eu sei que é proposital mostrar como um intelectual discorda de outro por discordar e como seu próprio discurso é cheio de incoerências, mas metade dos capítulos do livro é sobre essas discussões. Cança.
Outro grande tema do livro é a morte. Mas ela parece em segundo plano se você for comparar com as reflexões sobre o tempo. Ela entra como um assunto inevitável já que se trata de um sanatório. Mas dentro desse tema há grandes momentos, como o capítulo em que os internos fazem uma sessão de ocultismo. Mas há outros momentos em que deveria haver um refleção do protagonista (já que ele fica refletindo sobre um monte de coisa o tempo todo). Posso estar enganada, mas quando dizem que este livro é uma bomba de conhecimento, é mais porque o protagonista está refletindo sobre (entre outras coisas) botânica e os intelectuais chatos estão discutindo o tempo todo.
Há também um interesse amoroso que começa de uma forma confusa e lá no meio tem seu clímax num diálogo extenso em francês, sem tradução. Frustrante. E confesso que esse subplot foi o que conseguiu prender a atenção na minha leitura; eu que não gosto muito de história amorosas... O desfecho desse subplot me agradou, apesar de (como já esperado) a reflexão de Hans acerca de como a mulher sente o amor ser desprezível. Aliás, o desfecho da história de alguns (poucos) personagens são satisfatórias, um em especial chega até a ser surpreendente. E o ultimo capítulo me agradou muitíssimo, ele valeu todo o sofrimento da leitura (ou quase). Por todo o livro me pareceu que o teor crítico é mais como eu leio do que algo que o narrador mostra ou algo que eu encontrei no texto; mas nesse ultimo capítulo dá pra sentir o teor crítico vindo do narrador (aparentemente o autor estava em outro momento quando escreveu o final do livro).
Em suma, foi frustrante, mas o livro é importante. Ainda quero ler Morte em Veneza (vi o filme ano passado e gostei bastante). Talvez eu mude minha opinião quando/se eu tiver a aula sobre ele.